“Cultura de Raiz” e “Música na Matriz” animam o primeiro domingo de outubro
Uma das melhores edições do “Cultura de Raiz”, com a genuína MPB, e o emocionante “Música na Matriz”, com o Conjunto de Flautas da Grota, formado por jovens de Niterói, animaram o primeiro domingo de outubro.
A produtora Eliana Resende garante: “foi uma das melhores edições do ‘Cultura de Raiz’ dos últimos tempos; animada, concorrida e com ótimo público”. Eliana se refere a mais uma apresentação de vários músicos de Teresópolis e convidados de cidades vizinhas — como Írio Lima, de Guapimirim, entre outros. O projeto “Cultura de Raiz” é dedicado a mais pura música brasileira e seus muitos ritmos: do sertanejo e do forró ao samba e à música romântica, entre outros.
Mais de uma dezena de artistas-solo e grupos se apresentaram no palco da Casa de Cultura Adolpho Bloch, em Fátima, neste primeiro domingo de outubro, com direito a lanche, patrocinado pelo Supermercado Multi Market. Destaques para Írio, o contrabaixista Nano Lyrio, que acompanhou os músicos do início ao fim, a cantora, violonista e repentista Wanda Pinheiro, e a performance e voz potente de Felipe Rodrigues, acompanhado do parceiro violonista Alexandre (e do contrabaixista onipresente), com seu sertanejo romântico.
A apresentação foi da atriz e conselheira estadual de Cultura, Nara Zeitune, com produção de Eliana Resende e sonorização de Iremilton Souza. O evento, que completou oito anos no início de 2017, é uma realização da Prefeitura de Teresópolis, através da Secretaria de Cultura.
Jovens de talento e suas flautas encantadoras
Outro projeto de sucesso é o “Música na Matriz”, que há 23 anos (também no primeiro domingo do mês) traz atrações para a Igreja Matriz de Santa Teresa, no Centro, das 16h às 17h, e também tem a chancela da Prefeitura, através da Secretaria de Cultura.
Neste domingo, 1º de outubro, a atração foi o Conjunto de Flautas da Grota (Grota do Surucucu, no bairro de São Francisco, Niterói) e a apresentação da musicista Célia Seabra, diretora do projeto e também do Núcleo Teresopolitano da Escola de Música Villa-Lobos, no Alto (Av. Oliveira Botelho, 210).
O Conjunto de Flautas da Grota, que já tocou na Matriz em 2016, é formado por crianças e jovens da comunidade da Grota do Surucucu. O trabalho com a flauta doce na comunidade teve início em 1995 quando, a pedido de sua mãe, Dona Otávia, o músico e professor de História Antiga e Medieval da UFF (Universidade Federal Fluminense), Márcio Paes Selles, iniciou as aulas com um grupo de quatro meninos. Como decorrência do trabalho desenvolvido por Márcio, estes meninos, hoje jovens, passaram a estudar violino e formaram a Orquestra de Cordas da Grota, que tem se apresentado em diversas salas de concerto em Niterói, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e até no exterior.
A partir de 1998, Lenora Pinto Mendes, professora da UFF assumiu as aulas de flauta e, hoje, trabalha com aproximadamente 50 alunos de diversos níveis. O trabalho com a flauta doce caminhou para a formação do Conjunto de Flautas da Grota, que se apresenta com os alunos mais adiantados. Por ser um instrumento típico dos períodos renascentista e barroco, o Conjunto de Flautas da Grota desenvolve um repertório de músicas destes períodos, além de músicas populares brasileiras.
Criatividade de um arranjo para Vivaldi
Nesta apresentação, o espetáculo foi dividido em duas partes. A primeira teve peças clássicas e barrocas, como o “Concerto para Quatro Violinos”, de Vivaldi, adaptado para flautas pelo grupo — dois movimentos de uma peça barroca e três de uma suíte de Benjamin Britten (“Cena Alpina”; “Relógio Suíço” e “Descendo a Ladeira”). “Seus arranjos são muito criativos”, afirmou Célia.
Desfilando e tocando Luiz Gonzaga
Na parte brasileira do espetáculo, só músicas muito conhecidas, começando com uma homenagem aos 100 anos de composição de “Carinhoso” e aos 120 anos de nascimento de seu autor, Pixinguinha. “Anunciação”, de Alceu Valença; “João e Maria”, de Chico Buarque; “Esperando na Janela”, de Gilberto Gil; “Berimbau”, de Vinícius de Moraes (entre outras), animaram o bom público na tarde de domingo na Matriz de Santa Teresa.
O momento de maior inteiração entre público e conjunto foi quando este apresentou a canção cubana “Guantanamera”, cantada em coro pela plateia e puxada por Márcio Selles, com Lenora Mendes ao violão. O pedido de “bis” foi prontamente atendido com a execução de “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga, com os músicos tocando e desfilando por entre os bancos da igreja. Sucesso total!
Texto e fotos – Secretaria de Cultura