Era uma casa portuguesa, com certeza. Na noite desta quinta-feira, 11, aconteceu na Casa de Portugal a segunda reunião entre a Secretaria Municipal de Cultura e representantes das colônias estrangeiras que ajudaram a colonizar e formar o “rosto e o corpo” da cidade, desde que Teresópolis era a Freguesia de Santo Antônio do Paquequer — vinculada a Magé — até sua emancipação e transformação em Município em 1891, sob a liderança do luso-britânico George March.
Os temas principais da reunião foram a realização da Festa dos Imigrantes e a criação de uma associação das colônias para reativar essa festa (cuja última edição foi em 2000, na Casa de Cultura Adolpho Bloch) e ganhar status legal e jurídico para tornar-se independente. A criação do Museu da Colonização, com a ajuda material e financeira da comunidade e iniciativa privada, feitas através de doações para o acervo e as obras do museu, também foi discutida.
“Voltar a realizar a Festa das Colônias e criar o Museu da Colonização sempre foram duas ideias recorrentes para alguns cidadãos e agora estamos dando corpo a elas, com a proposta de criação da associação. Muitos descendentes de estrangeiros que aqui se estabeleceram nos prometeram ceder um acervo valioso que vai de vestuário, fotografias, cartas, objetos de decoração, móveis e até brinquedos que poderiam criar um ‘minimundo’ e atrair turistas de todas as partes”, comentou o secretário de Cultura de Teresópolis, Márcio de Paula.
A realização da festa este ano foi descartada, devido às dificuldades financeiras por que passa o Município, em especial o poder público, que herdou dívidas pesadas da administração anterior e está com sua arrecadação comprometida, não tendo como ajudar na organização e realização da festa. Ficou decidida a realização, na Casa de Cultura Adolpho Bloch, nos próximos meses, de “eventos temáticos” de cada colônia, por vez, “para nos conhecermos e todos se prepararem para a grande festa no ano que vem”, conforme explicou a subsecretária de Cultura de Teresópolis, Cléo Jordão.
No início da reunião, o ex-presidente da Casa de Portugal e um dos representantes da Colônia Portuguesa, Arsênio Teixeira Filho, apresentou um plano feito por ele em 2008 para a realização da Festa das Colônias, que só não foi adiante porque, à época, segundo ele, o poder público local não quis. “Daí a importância de se criar essa associação, como frisou o secretário Márcio de Paula: para dar independência, respaldo legal e agilidade às colônias na realização de seus projetos”, comentou Arsênio. Ele fez questão de explicar que seu projeto é apenas para ajudar a dar forma, “um ponto de partida”, como definiu, ao novo projeto conjunto das colônias e da Secretaria de Cultura.
Na reunião, em que estiveram presentes representantes das colônias portuguesa, italiana, japonesa, chinesa, judaica e libanesa, ficou estabelecida a data de uma nova reunião, na quinta-feira, 18 de agosto, na Casa de Portugal, para deliberar sobre a seguinte pauta: criação da associação; eleição de sua diretoria; data do primeiro evento temático na Casa de Cultura; e assuntos gerais. O Presidente da Casa de Portugal, Carlos Rocha, ofereceu o clube como local para a organização da festa no ano que vem, o que também deverá ser discutido nas próximas reuniões. “Temos toda a estrutura para isso”, garantiu Rocha.
Texto e foto: Secretaria Municipal de Cultura
Legenda: Representantes da Secretaria de Cultura e das colônias participam do segundo encontro