Rever amigos e relembrar os velhos tempos, conferir fotografias e equipamentos de escalada. Assim foi o encontro e roda de conversas dos Montanhistas ‘Dinossauros’, realizado pela Secretaria Municipal de Turismo dentro da programação da Temporada de Montanhismo 2023. Marcando a Estação Aventura do calendário do município, o evento aconteceu na Casa de Cultura Adolpho Bloch.
“Dinossauros é o apelido carinhoso dado pelos montanhistas mais antigos, que fazem a história do montanhismo e que ajudam a propagar essa tradição no município. É uma satisfação muito grande ver tantos amigos e compartilhar histórias. Que este seja o primeiro encontro de muitos”, comentou o subsecretário municipal de Turismo, Henrique Silva, praticante do montanhismo desde 1985.
Todos moradores de Teresópolis, os participantes relembraram suas façanhas, principalmente na montanhas e pontos mais altos do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, como a Pedra do Sino (2.255 metros de altitude), a Agulha do Diabo (2.052 metros de altitude), a Verruga do Frade (1.960 metros de altitude), o Dedo de Deus (1.692 metros de altitude) e a Cabeça de Peixe (1.680 metros de altitude).
“Os adeptos de atividades ligadas à natureza e trilhas encontram em Teresópolis opções com vários graus de dificuldade para a prática do esporte. Basta escolher uma das três unidades de conservação existentes no nosso território: o Parnaso, o Parque Estadual dos Três Picos ou o Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis. Afinal, somos a Capital Nacional do Montanhismo”, assinalou o Prefeito Vinicius Claussen.
Ícones – Com 49 anos de experiência, José Carlos Telles já escalou as principais montanhas da Serra dos Órgãos. Porém, orgulho mesmo foi conhecer Acácio Oliveira, o teresopolitano que em 1912 desbravou o Dedo de Deus, junto com os irmãos Américo e Alexandre Oliveira e o excursionista José Teixeira Guimarães. “Foi muito gratificante o encontro com esse ícone do montanhismo brasileiro, me motivou ainda mais a continuar com as escaladas”, pontuou.
Irmão de Mozart Catão (14/06/1962-03/02/1998), o primeiro brasileiro a escalar o Monte Everest, o teresopolitano Marco Catão também marcou presença no encontro. “Comecei a escalar aos 14, 15 anos, com meu irmão. Logo após a morte dele foi fundado o Centro Excursionista Teresopolitano, que tive a oportunidade de ser presidente e quando fizemos muitas escaladas e celebração de missa no cume do Dedo de Deus. Continuamos por aí, escalando quando dá”, contou.
Sem medo de altura – Empresário no ramo de alpinismo predial, Cristiano Schütte lembrou suas façanhas. “Tinha 13 anos quando comecei as atividades de montanha. Há 35 anos eu era o mascote do grupo”, disse, com saudade.
O fotógrafo Francisco Vicente iniciou no montanhismo em 1986 e, além de escalar, tem registradas as mais belas paisagens, inclusive em edição da revista National Geographic Brasil, na década de 1990. “Estava morando recentemente em Teresópolis e escalar foi uma forma de interagir socialmente. No montanhismo eu fiz os melhores amigos”, destacou.
Aos 80 anos, Waldemiro Telles comprovou que a idade não é barreira para os adeptos da atividade. “Comecei a escalar com quase 60 anos e logo subi o Dedo de Deus. Na época, achava que era muito velho pra isso. Evidentemente eu reduzi a atividade, mas continuo com minhas caminhadas”, relembrou, sorrindo.
Fotos: Jorge Maravilha.