Carta Aberta sobre tratamento de pacientes com Transtorno do Espectro Autista na Rede Municipal de Saúde de Teresópolis

No momento, você está visualizando Carta Aberta sobre tratamento de pacientes com Transtorno do Espectro Autista na Rede Municipal de Saúde de Teresópolis
Compartilhar:

A Rede de Atenção Psicossocial, em nome de seus funcionários, colaboradores e usuários, vem a público expor sua preocupação com o uso moral e/ou raso de uma questão tão séria na Saúde Mental contemporânea mundial no que se refere ao cuidado da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA/Autismo). O assunto foi tema de vídeo recente nas redes sociais questionando o atendimento prestado a esses pacientes pelo Capsi – Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil, unidade da Secretaria Municipal de Saúde de Teresópolis.

O TEA tem se mostrado com um diagnóstico complexo de causas múltiplas e também com tratamentos múltiplos, cujas indicações de tratamento passam por ampla discussão no campo científico.

Nesse sentido, é possível citar o aumento do registro diagnóstico de TEA, que parece ser um consenso, especialmente no contexto pós-pandemia. Há mais pessoas com TEA ou os autismos estão sendo subdiagnosticados ou, até mesmo, diagnosticados de forma equivocada.

Na Saúde Pública, o TEA tem sido tratado como diagnóstico que exige uma linha de cuidado. Ou seja, supõe acompanhamento precoce no sentido de estratégias de rastreio. Já na Atenção Básica, o suporte social a essas famílias e o tratamento intersetorial por meio da construção de um Projeto Terapêutico Singular (PTS) é obviamente o campo escolar.

Temos assistido a um grande crescimento do entendimento sobre a pessoa com TEA como a que precisa consumir procedimentos em Saúde Mental. Quanto mais melhor! Há crianças que são reavaliadas pela nossa equipe solicitando tratamentos que seriam impossíveis de se executar se considerarmos a realidade psicossocial daquela família. São pelo menos 40h de terapias diversas que exigiriam todo um aparato familiar que não nos parece ser a realidade de muitas das famílias que realizam acompanhamento conosco.

Importante também esclarecer algumas informações pouco verídicas relatadas no referido vídeo. A equipe do Capsi é composta por 2 psicólogos, 1 assistente social, 2 enfermeiras, 1 médico neuropediatra, 1 médico psiquiatra, 1 técnico de enfermagem, 1 oficineiro e 1 técnico administrativo. A equipe é compatível com a regulação dos Caps (Centros de Atenção Psicossocial) e Capsi (Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil) estabelecida pela Portaria 336-2002, do Ministério da Saúde.

De forma geral, é importante destacar que o Capsi de Teresópolis continuará recebendo crianças e adolescentes para tratamento de suas questões em Saúde Mental. O acolhimento (primeiro atendimento) se dá todos os dias por demanda espontânea, das 8h às 11h, para tratamento e suporte psicossocial para casos graves em Saúde Mental, e por demandas outras que não relacionadas exclusivamente ao TEA.

Aproveitamos para convidar os interessados no tratamento de pessoas com TEA a participar dos espaços de construção coletiva sobre o cuidado desses tipo de usuário, como o Conselho Municipal de Saúde e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, ou mesmo para participar da Assembleia do Capsi, que ocorre na 2ª terça-feira do mês. A próxima está marcada para o dia 11 de junho, às 14h.

Atenciosamente,
Funcionários e colaboradores do Caps e do Capsi de Teresópolis
Secretaria Municipal de Saúde de Teresópolis