Prefeitura de Teresópolis e Governo do Estado simulam resgate de moradores em caso de eventos climáticos

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Ação, que aconteceu na comunidade do Pimentel, reuniu 50 profissionais de Saúde e de Defesa Civil

A Prefeitura de Teresópolis, por meio das Secretarias Municipais de Saúde e de Defesa Civil, em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde, representada pelo assessor especial, cel. Sérgio Simões e equipe, realizaram, na manhã do último sábado, 14, no Pimentel, Exercício Simulado voltado para prevenção de agravos à saúde causados por enchentes e deslizamentos. A ação foi focada na retirada de cinco pacientes com dificuldade de mobilidade e seus familiares, moradores em área de vulnerabilidade, que foram encaminhados para o Ponto de Apoio e Acolhimento, montado na Escola M. Profª Irene Sant`ana do Valle, na mesma comunidade. A ação do projeto-piloto foi gravada e será apresentada em reunião do G20 no próximo dia 25, no Rio de Janeiro.

Exercício Simulado na comunidade

A retirada dos pacientes e da família contou com a estrutura de ambulância, profissionais de apoio, de enfermagem e médicos, com os agentes comunitários de saúde e com os agentes da Defesa Civil. No Ponto de Apoio, uma equipe, formada por agente administrativo, auxiliar de enfermagem, médico e assistente social, faz o atendimento ao paciente, verificando os sinais vitais e a necessidade ou não de encaminhamento para uma unidade de urgência ou emergência, ou ainda para a casa de um familiar. Neste dia, por ser tratar de um simulado, os pacientes foram redirecionados para suas casas, acompanhados por agentes de saúde e da Defesa Civil.

O cel. Sérgio Simões – assessor especial da Secretária de Estado de Saúde do RJ, Claudia Mello, fez uma avaliação positiva do simulado. “A avaliação é a melhor possível. Primeiro, enaltecendo e agradecendo a acolhida que tivemos quando apresentamos o projeto aqui em Teresópolis. A gente viu o grau de dificuldade, a vulnerabilidade das pessoas e estamos com o foco no que concerne à atenção primária à saúde. E esse trabalho vai se conjugar com as ações da Defesa Civil. Vamos discutir sobre o simulado realizado, para elaborarmos um relatório consistente, prevendo, inclusive, a necessidade de recursos financeiros para os investimentos necessários para que o projeto seja colocado em prática já no próximo verão em Teresópolis”, pontuou o cel. Simões.

O cel. destacou que o aprendizado em Teresópolis será documentado e encaminhado ao Ministério da Saúde e ao Ministério da Integração Regional, onde está sediada a Defesa Civil. “A Defesa Civil está sempre pronta para a resposta aos desastres e a gente que abrir essa discussão para essa proposta de um investimento que, como mostrou o exercício simulado de hoje, antecipa o desastre. Nós vamos trabalhar antes da chuva chegar, com base nas informações tecnológicas que dispomos no Centro de Inteligência e Saúde, no Governo do Estado”.

A secretária de Saúde de Teresópolis, Clarissa Rippel Guita, também fez uma avaliação positiva sobre a operação. “Nesse simulado, nós vimos mais uma vez que salvar vidas é o objetivo primordial desse projeto. Escolhemos cinco pacientes, com graus de dificuldades de locomoção diferentes para termos vários panoramas e levantarmos diversas situações com as quais poderemos ter que lidar. Realizar esse exercício simulado é fundamental porque hoje temos um dia de sol, boas condições climáticas, sem chuva, facilitou a retirada dos pacientes das casas e o encaminhamento para o ponto de apoio”, enfatizou Drª Clarissa. ressaltando: “Na hora do desastre, a cena muda, a dificuldade é muito maior, então, o nosso objetivo é sensibilizar a população e nos anteciparmos, retirar, primeiramente, as pessoas que têm maior dificuldade de locomoção e, em seguida, os demais moradores que estejam em área de risco”.

O Cel. Albert, Secretário M. de Defesa Civil, e sua equipe também participaram da ação. “A ideia é que a gente tenha esse planejamento já estabelecido para que, antes do início das chuvas mais fortes, a gente receba um alerta e auxilie as equipes da Saúde na retirada dessas pessoas e o encaminhamento delas para o ponto de apoio ou para casa de parentes. O objetivo do exercício simulado é vivenciar em tempo de tranquilidade a complexidade da operação. Assim podemos definir e fazer com que as estratégias sejam melhoradas e evoluídas ao longo do tempo. Estamos tendo a oportunidade de depurar esse método que estamos desenvolvendo e temos certeza de que este trabalho quando for apresentado no G20 será considerado de relevância e exemplo para ser aplicado em outros municípios no Brasil e também em outros países”, ressaltou cel. Albert.

Kelly Cristina perdeu dois sobrinhos e a cunhada na tragédia de 2011 e acredita que o projeto pode ajudar a salvar vidas. “Em 2011, tivemos muitas perdas e foi muito triste. Com esse projeto, eu acredito que muitas vidas poderão ser salvas, principalmente, pra gente que tem problemas de visão ou pra se locomover”, relatou a moradora que é deficiente visual e auditiva. Os demais pacientes que participaram do exercício simulado têm os seguintes diagnósticos: obesidade, deficiência auditiva, autismo, dificuldade de locomoção e deficiência física, entre outras patologias.

O Projeto
O projeto-piloto ‘Exercício Simulado– Atenção Primária à Saúde – Ações contra as mudanças climáticas’, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), em parceria com o Município, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, com o apoio da Secretaria M. de Defesa Civil, pelo qual os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são treinados para mapear áreas suscetíveis a desastres naturais, a fim de localizar moradores acamados, amputados e com dificuldade de mobilidade. Eles assumem papel fundamental no território em que atuam. São eles que acionam, por telefone, os moradores cadastrados, pessoas com deficiência e limitações de deslocamento, sejam idosos, gestantes ou acamados. O objetivo da força-tarefa é a remoção antecipada destas pessoas, moradoras em áreas vulneráveis, seis horas antes da ocorrência de eventos extremos, que são monitorados pelo Centro de Inteligência em Saúde (CIS) do Governo do Estado.

  • Passo a passo da ação
    O Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) da SES, responsável pelo Programa de Vigilância de Riscos Associados aos Desastres, emitirá alerta à coordenação de Atenção Primária de Teresópolis por e-mail e aplicativo de mensagem, com o objetivo de mobilizar as equipes da estratégia de saúde da família.
  • A Secretaria M. de Defesa Civil fará a mobilização logística de viaturas, equipamentos e materiais para o deslocamento das pessoas com dificuldades de locomoção para locais seguros e previamente determinados.

Fotos: Bruno Nepomuceno