Com o tema “Loucura não se prende, se cuida em liberdade”, a programação da Semana da Luta Antimanicomial 2023 segue até esta sexta-feira, 19/05, em Teresópolis.  O objetivo é dar visibilidade ao trabalho da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do município, conscientizando a população sobre a luta pela garantia dos direitos das pessoas com sofrimento psíquico e os cuidados em liberdade.

Palestras, debates e atividades em espaços públicos fazem parte do evento, que é realizado pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio da RAPS. As ações são abertas para a população em geral e as pessoas assistidas pela Rede de Atenção Psicossocial.

A primeira palestra aconteceu na segunda-feira, 15/05, na Prefeitura, com o tema “Adolescência, sexualidade e gênero: percurso e desafios no campo da atenção psicossocial”. Nesta terça, 16/05, a médica sanitarista Edneia Martuchelli, da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde,  fez um balanço histórico sobre a rede de atenção à saúde mental em Teresópolis, desde a década de 1970 até os dias atuais.

“Tivemos avanços importantes, como a ampliação da atenção primária nas unidades de saúde, a criação do ambulatório de saúde mental e a implantação do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e do CAPSI (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil), entre outras. Muito do que foi feito está na força dos profissionais desse setor, que colaboram para ser uma instância de suporte aos pacientes e para a estruturação dessa rede. Mas, ainda há muito a se fazer”, avaliou Edneia Martuchelli.

A equipe da Coordenação da Rede de Atenção Psicossocial planeja para outubro a realização de um fórum intersetorial , a fim de fortalecer a atenção psicossocial e o cuidado em liberdade dos pacientes com sofrimento psíquico. “Precisamos fazer interlocução entre os equipamentos da Saúde e das secretarias de Cultura, Educação, Desenvolvimento Social, Esporte e Direitos da Mulher, entre outras, a fim de fortalecermos a Rede e pensarmos juntos práticas e saberes no campo da atenção psicossocial como forma possível de produzirmos cuidado no coletivo”, pontuou Danillo Benitez, coordenador da Rede de Atenção Psicossocial.

A luta – Criado em 18 de maio de 1987, o Dia Nacional da Luta Antimanicomial é  contra o modelo de tratamento psiquiátrico baseado na internação de pessoas com transtornos mentais em manicômios, defendendo os cuidados sem o isolamento institucional.

Em Teresópolis, estão ligados ao movimento os equipamentos da Rede de Atenção Psicossocial de Teresópolis, como o CAPS Infantojuvenil, o CAPS II e o Serviço Residencial Terapêutico, além da articulação com outros dispositivos do território, da Atenção Primária e Rede de Urgência e Emergência, cuja proposta é o cuidado em liberdade e a reabilitação psicossocial de pessoas em sofrimento psíquico.

Confira a programação:

• 17/05, 14h: Palestra “Direitos do público LGBTQIANP no acesso ao Sistema Único de Saúde: acolhimento inclusivo para todes”

Local: Auditório da Universidade Estácio de Sá

(Rua Nilza Chiapeta Fadigas, 488 – Várzea).

• 18/05, 14h: Intervenção – CAPS e CAPSi – Arte, cultura e diálogos sobre o Dia da Luta

Local: Casa de Cultura Adolpho Bloch

(Rua Tietê, s/n, Bairro Nossa Sra. de Fatima).

• 19/05, 14h: Intervenção CAPS e CAPSi – Oficina de teatro e roda de música

Local: Praça Santa Tereza, Várzea.

Foto: Bruno Nepomuceno.